Cálculo do Preço da Gasolina: Da extração até a bomba
Cálculo do Preço da Gasolina: Da extração até a bomba, confira aqui informações sobre este calculo, por que às vezes o preço diminui na refinaria e na bomba não. Em épocas de preço do combustível caro é sempre bom entender como funciona o preço da gasolina até chegar em nosso veiculo.
Cálculo do Preço da Gasolina: Da extração até a bomba
Chega a dar uma dorzinha no coração quando paramos ao lado da bomba de gasolina. Os reajustes constantes, aliado às notícias alarmantes sobre a produção de combustível, nos faz querer culpar alguém. Acredite, não é o dono do posto que determina esses valores. Aliás, calcular o preço do combustível é algo bastante complexo, pois envolve uma série de impostos.
Para começar a entender esse cálculo, precisamos compreender algumas informações básicas.
A gasolina é um derivado do petróleo, um óleo natural, não renovável, que se forma pela sedimentação milenar de rochas, aliada à alta pressão. Pelo simples fato de ser um recurso não renovável, seu valor já seria alto, pois isso o torna escasso. Ou seja: um dia irá acabar.
Mas temos muitos outros fatores para analisar, que vão além da escassez do petróleo. Extrair esse combustível é difícil e caro. A tecnologia empregada nesse serviço é alta, o que abre espaço para muitas empresas estrangeiras manipularem o recurso de um país menos tecnológicos. Então, temos aqui um segundo fator que onera os valores da gasolina que usamos para abastecer nossos carros: a importação.
O Preço da Gasolina no Brasil
No Brasil, uma parte do petróleo usado para a produção de gasolina é importado. Como todo produto passível de importação, os seus valores são baseados em dólar e, portanto, sofrem oscilação de acordo com a sua variação. Quando o dólar aumenta, automaticamente a gasolina também.
E a Petrobrás em tudo isso? A Petrobrás continua aqui, refinando petróleo e produzindo combustível, mas não o suficiente para abastecer todo o país. Por isso, ficamos dependentes da importação do óleo e esse custo, claro, será repassado no final.
A gasolina produzida a partir do refino direto do petróleo é chamada de Gasolina A. A que usamos para abastecer nossos carros é a Gasolina C. O que determina a diferença das duas é a presença do Etanol Anidro. A legislação permite que a gasolina comum tenha até 27% de etanol em sua mistura. E esse etanol também é comprado, portanto, entra no cálculo de custos final.
Temos aqui uma calculadora que sobre qual o mais vantajoso usar entre gasolina vs Álcool (Calculadora de Gasolina e Álcool
As diferenças de gasolina e etanol
Entenda que gasolina e etanol, apesar de serem ambos combustíveis, não são fabricados da mesma maneira. Enquanto a primeira é obtida a partir do refino do petróleo, o segundo vem de um produto natural, a cana-de-açúcar. Partindo desse pressuposto, é óbvio entender que não são feitos pelas mesmas empresas e que, portanto, para misturar etanol na gasolina, a Petrobrás o compra das usinas de açúcar e álcool.
Os custos brutos para extração, importação e refino da Gasolina
Para entender até aqui: a Petrobrás, ao produzir a gasolina, tem custos com a extração, o refino, a importação e a mistura do etanol anidro. Esse monte de custos, no final, corresponde à 43% do valor total da gasolina, quase a metade. A outra metade vem, praticamente, dos impostos.
Os percentuais dos tributos no Preço da Gasolina
Cerca de 45% do valor final é relativo a tributos, divididos entre os estados a que se destinam e a União. O imposto estadual é o famoso ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é cobrado como um percentual sobre o valor final de venda. Isso quer dizer que, a cada vez que a gasolina aumenta, mais é destinado ao ICMS.
Já os tributos federais são dois, o PIS/Cofins e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, específico das empresas de petróleo e gás). Esses impostos possuem valor fixo em tabela. PIS/Confis custa R$ 0,7925 / litro e a Cide custa R$ 0,10 / litro.
Vamos recapitular: 43% do valor final da gasolina é determinado pela Petrobrás, sendo que, destes, 11% corresponde apenas à integração do etanol na mistura dos combustíveis. 45% do valor restante é tabelado pela introdução e cobrança dos impostos (29% de ICMS e 16% dos tributos federais).
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E qual o percentual que fica com os distribuidores, revendedores e postos de combustível?
Sobram 12% para incluir nesse cálculo e é exatamente aqui que entra a distribuição e a revenda. Os valores relativos ao transporte dessa carga, que não pode ser feito de maneira simples e descuidada, também influenciam seu valor final. É por isso que, quando houve a greve dos caminhoneiros, o valor da gasolina aumentou drasticamente. Sem o transporte, não é possível que haja a distribuição e os valores relativos às cargas são bastante salgados.
E ainda temos a margem de lucratividade dos donos dos postos de combustível. Quando a gasolina chega para ele, o custo dela já é muito alto. No final, o lucro dele nem é tanto, senão ela custaria ainda mais caro do que já custa. Mas, ainda assim, existe um pequeno percentual de ganho do distribuidor sobre o produto. Senão, não existiriam tantos postos por aí.
Analisando todo esse cenário, conseguimos concluir que, o que determina o preço da gasolina não é apenas a atuação da Petrobrás ou a alta do dólar.
Uma série de fatores interferem nessa equação, que culmina no valor que encontramos – e que nos faz querer chorar – a cada vez que vamos abastecer o carro. Para melhor exemplificar considere que compre 100 reais em gasolina. Destes 100 reais, 43 reais é o valor de produção, 45 reais são relativos a impostos e 12 reais é a margem de lucro para operações de venda e revenda.